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12 janvier 2013 6 12 /01 /janvier /2013 15:24

Kanindé

Le 4 décembre dernier, j'ai eu la chance d'assister à la 2° rencontre de formation des responsables des musées indigènes du Ceara. j'en ai parlé dans mon journal de voyage publié sur ce blog. L'un des participants, João Paulo Vieira, m'a envoyé un bref compte-rendu de cette rencontre, que je reproduis ici en portugais.

 

Aconteceu nesta terça feira próxima passada dia 04 de dezembro de 2012  o II Encontro de formação de gestores de museus indígenas no Ceará, realizado na aldeia indígena Lagoa Encantada, dos índios Jenipapo Kanindé do município de Aquiraz. estiveram presente a formação os museus indígenas com seus representantes da área museológica: ponto de memória museu indígena kanindé do município de Aratuba, ponto de memória museu indígena jenipapo kanindé do município de Aquiraz, ponto de memória povo indígena pitaguary dos municípios de Pacatuba e Maracanaú, museu do tremembé de Almofala representado pelo assessor Philipe Bandeira, representantes da sociedade civil de movimentos sociais locais,municipais e regionais, rede cearense de museus comunitários, ponto de memória do grande Bom Jardim, universidade federal de Pernambuco (UFPE), e a presença do francês Hugues de Varine - consultor na área de museologia e do desenvolvimento, o mesmo atuou como debatedor do encontro sobre as experiências dos museus indígenas presentes.

 

A criação de espaços museológicos a partir de processos protagonizados por grupos e movimentos indígenas atualmente se destaca no cenário nacional e internacional. Além de uma revisão do papel e significado dos objetos e coleções etnográficas, cresce a organização de museus entre os povos indígenas no Brasil, Canadá, Austrália, México, Peru, Colômbia, Estados Unidos e em vários outros países, cujas populações originárias estiveram Le-musee.JPGenvolvidas durante séculos em processos históricos de invasão, colonização e imperialismo.

Nos museus indígenas, a pesquisa e salvaguarda sobre um patrimônio comum ocorrem a partir de uma tradução e da apropriação de ferramentas técnicas e conceituais para a organização e gestão dos processos de musealização, que possuem múltiplos sentidos e significados, imersos de diversidade e especificidades. Fenômeno que perpassa as esferas das organizações de caráter étnico, os chamados museus indígenas remetem à complexa relação existente entre a construção de representações sobre si e as formas de mobilização política destas populações.

Os museus indígenas no estado do Ceará, que vem se destacando no cenário museológico brasileiro nos últimos anos, surgiram a partir de 1995, com a organização do Museu dos Kanindé. A partir de então, foram organizados o Memorial Tapeba Cacique-Perna-de-Pau, em Caucaia (2005), a Oca da Memória, dos Tabajara e Kalabaça, em Poranga (2008), o Museu Indígena Jenipapo-Kanindé, em Aquiraz (2010). Além destes museus comunitários, que realizam ações permanentes com o território, o patrimônio e a população local, existem articulações comunitárias visando a criação de museus indígenas entre os Pitaguary de Monguba (Pacatuba), os Tremembé de Almofala (Itarema) e os Gavião/Potyguara/Tabajara/Tubiba-Tapuia (Monsenhor Tabosa).

O II Encontro de Formação de Gestores de Museus Indígenas do Ceará tem o objetivo de dar continuidade ao processo de formação conjunta dos integrantes dos museus indígenas cearenses, propiciando um importante espaço para a reflexão sobre os desafios para a gestão dos museus pelos próprios indígenas, através da troca de experiências entre assessores, coordenadores e integrantes dos museus indígenas e o museólogo francês Hugues de Varine, convidado especial deste encontro. A discussão a respeito dos museus indígenas na atualidade é amplo, povos e comunidades discutem e debatem a importância dos museus indígenas no brasil. entre os dias 13,14,15 de dezembro de 2012 os pontos de memória indígenas do Ceará participam do I encontro de museus indígenas de pernambuco, realizado na UFPE, uma idealização construtora de significados muito importante na discussão dos museus indígenas no Brasil.

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7 janvier 2013 1 07 /01 /janvier /2013 14:13

I just received this message from an Indian (eco)museologist, Moushumi Chatterji:

 

Read an interesting article recently on the efforts on revival and collective preservation of the history and culture of certain communities in Delhi. What they call the 'neighbourhood museums' are in effect creative exhibition space for the local community to participate, express and learn about their own culture as well as the sensitization of other communities towards them. 

 

 

The link: http://www.thehindu.com/arts/history-and-culture/a-look-into-the-past/article4253255.ece
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31 décembre 2012 1 31 /12 /décembre /2012 15:35

Je viens de recevoir de Raul Dal Santo, coordinateur de l'Ecomuseo del Paesaggio de Parabiago (Lombardie, Italie) un dossier très intéressant sur le Parc des Moulins, espace semi-naturel en milieu urbain et industriel, commun à cinq communes de la grande couronne métrropolitaine de Milan. Ce parc a fait l'objet depuis 2009 d'un travail considérable de la part de l'écomusée, des plusieurs associations, en particulier environnementales (Legambiente), des communes concernées et surtout de très nombreux volontaires (bénévoles) qui ont aidé à la conception et la réalisation, non seulement du Parc, mais aussi de plusieurs actions de restauration des espaces naturels, du paysage et des installatyion d'origine humaine, et aussi d'éducation patrimoniale.

 

Le dossier que j'ai reçu comprend un DVD en deux parties (et en italien): la création participative et la présentation de la "mappa di comunità" du parc des Moulins, et une série de reportages sur des actions participatives: fouille et remise en état et en fonctionnement d'un petit canal d'irrigation (riale), transfert de poissons d'une rivière à un canal, visite guidée du parc en bicyclette, présentation de la qualité de l'eau des cours d'eau du parc, la protection des oiseaux, etc.

 

Je rappelle que l'écomusée de Parabiago est, à ma connaissance, un des écomusées les plus innovants pour la technique de l'inventaire participatif et interactif en continu. Il est aussi porteur d'un agenda 21. C'est une institution municipale.

 

Voir le site : http://ecomuseo.comune.parabiago.mi.it/ecomuseo/dallamappaallereti.html

Contact: Raul Dal Santo, coordinateur: rauldalsanto@yahoo.it

 

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24 décembre 2012 1 24 /12 /décembre /2012 08:48

J'ai rapporté de mon récent voyage au Brésil trois petits livres (en portugais) qui constituent des documents pédagogiques extrêmement intéressants. Ils sont peut-être difficiles à obtenir, mais je donnerai pour chacun au moins un contact courriel.

 

Hattori L.H. & de Moraes C.A., Trabalho e Memória - Reflexões sobre arqueologia e patrimônio cultural em Santaluz, Zanettini, São Paulo, 2012, 50 p. Contact:  camora21@yahoo.com.br

C'est un véritable manuel qui emmène le lecteur d'étape en étape sur tout le processus de la recherche archéologique sur un territoire, avec une implication forte de la population à chaque moment. Des termes simples sont employés et le livre peut intéresser aussi bien des adultes que des jeunes d'âge scolaire. Excellentes illustrations.

 

Alfonso L.P. & de Moraes C.A., Território do Saber - Educação patrimonial, Arqueologia e Turismo cultural, Zanettini, São Paulo, 2012, 28 p. Contact: camora21@yahoo.com.br

Cet opuscule est une application du livre précédent. Il utilise un chantier archéologique communautaire en cours dans trois municipalités de l'Etat de Ceará.

 

Carbogim, J.B., (coord.), Estratégia para a sustentabilidade - Projeto de Olho na Água, Fundação Brasil Cidadão, Fortaleza, 2009, 80 p. Contact: fbc@secrel.com.br // http://www.brasilcidadao.org.br/

Une monographie très scientifique, mais aussi volontairement pédagogique, sur un programme de recherches et d'intervention de terrain en cours dans une municipalité du littoral de l'Etat de Ceará, Icapuí. Il s'agit là d'éducation environnementale, le patrimoine étant essentiellement naturel, mais évidemment soumis à l'action de l'homme. C'est aussi un remarquable cas d'analyse de paysage, dans ses différentes dimensions, géologique, climatique, culturelle, etc.

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16 décembre 2012 7 16 /12 /décembre /2012 15:21

J'ai rapporté de Montréal un livre très particulier: "De l'enfance à l'espoir", une publication de l'Atelier des Lettres, 1710 rue Beaudry, Montréal (Québec) H2L 3E7, Canada. Il s'agit d'une oeuvre collective, composée de 14 textes rédigés par autant de membres de l'Atelier des Lettres, un projet social de mobilisation et d'accompagnement d'adultes illettrés de Montréal. Ce sont autant d'histoires de vie, racontées à la première personne, par des gens qui découvrent le le plaisir d'écrire et de se faire publier.

L'Atelier des Lettres collabore régulièrement avec l'Ecomusée du Fier Monde, établi sur le même quartier, qui a d'ailleurs confié aux auteurs du livre un travail de réalisation artistique (avec une équipe de plasticiens) sur le dernier module de la nouvelle exposition permanente du musée.

 

http://www.atelierdeslettres.org

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16 décembre 2012 7 16 /12 /décembre /2012 14:59

J'ai visité la Cidade Estrutural, dans les faubourgs de Brasilia, une urbanisation spontanée, née à pertir des années 60, à partir de la fixation de personnes attirtées par les activités de recyclage sur la décharge publique Estrural, la plus grande du district fédéral et à 20km seulement du "Projet Pilote" de la Capitale du Brésil.

 

Et j'y ai découvert notamment les Editions (Editora) Abadia Catador.

 

Elles sont nées à la fin de 2011, à l'initiative d'habitants et d'habitantes de la Cité Estrural. Leur nom rend hommage à une citoyenne courageuse et militante, ancienne professionnelle ("catadora") du recyclage des ordures. L'inspiration vient d'un atelier d'édition de livres proposé par des membres des Editions argentines Eloisa Cartonera, en novembre de la même année. En vue de travailler à l'édition de livres, de diffuser de la littérature et de raconter les histoires de la communauté, l'Editora Abadia Catadora fut créée. En liaison avec son homologue argentine, le projet éditorial consiste à produire des livres artisanaux, reliés à la main avec du carton recyclé. Chaque livre est unique et porte une expression artistique singulière. L'Editora fonctionne comme une coopérative et permet d'appuyer le processus de construction de la mémoire sociale et collective.

 

J'ai emporté le livre "A menina e o rio" (la jeune fille et le fleuve), un conte de Almir Gomes, un jeune de la communauté qui se lance comme écrivain.

 

http://fundodeiniciativas.blogspot.fr/2012/01/editora-popular-da-estrutural.html

http://www.eloisacartonera.com.ar

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16 décembre 2012 7 16 /12 /décembre /2012 14:51

Nous apprenons que le Museu da Comunidade Concelhia da Batalha a reçu le prix du meilleure musée de l'année au Portugal, de la part de l'Association portugaise des musées (APOM).  Ce musée résulte de la coopération entre la communauté (les habitants) et la collectivité (la municipalité) de Batalha, inspirée et coordonnée par notre amie Ana Mercedes Fernandes Stoffel. Félicitations.

 

Voir sur : http://www.museubatalha.com

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15 décembre 2012 6 15 /12 /décembre /2012 15:41

 

Suite à une rencontre éphémère à São Paulo le 6 décembre, je reçois un message très sympathique qui raconte une expérience sans doute assez originale. Je ne comprends pas tout, n'étant pas habitué à des modes d'expression (réseaux sociaux en particulier), mais si quelqu'un est intéressé il lui suffira de prendre contact avec Edison Mariotti...


Sou da área de informática e desde 1970. Em 2009 fui convidado a fazer um estudo para um cliente (Clube de Futebol) no bairro do Ipiranga em São Paulo para a criação de um museu/informática. Como não conhecia nada sobre museus, entrei em uma escola técnica de museus e fiz um curso de 18 meses. Fiquei apaixonado.
Em informática trabalho com banco de dados para internet. Hoje, cuido de acervos de museus e alguns museus particulares.
Em 2009 conheci a palavra ECOMUSEU e criei uma comunidade na internet com nome ECOMUSEU SANTANA, divulgando notícias sobre museus. Hoje (2012) é bem conhecida e muitos contribuem com novas notícias (rede social.
O nome ECOMUSEU SANTANA, nasceu à partir de um artigo em que comenta sobre Ecomuseu. Publiquei na rede social. 
A escola técnica de museus que fiz o curso é em SANTANA (bairro) em São Paulo, Capital, no PARQUE DA JUVENTUDE - antigo presídio do CARANDIRU - do famoso massacre do Carandiru... O Parque da Juventude  é um local público, não temos espaço físico (com muro e telhado)
E com muita garra, fizemos duas exposições desde o lançamento.  Veja em  www.rc.com.br/exposicao. 

A primeira exposição foi em ambiente fechado (na biblioteca. Tema: TERRA É NATUREZA E É VIDA - PATRIMÔNIO É VIDA - MUSEU CUIDA DO PATRIMÔNIO - Ecologia e Meio Ambiente - Local: Biblioteca São Paulo - Parque da Juventude metrô Carandiru - São Paulo – SP de 1º. a 31 de outubro de 2010, das 09h. às 21h., terças a sextas-feiras, e das 09h. às 19h., sábados e domingos.

A segunda exposição foi em ambiente aberto (na alameda) na área central do parque. Tema: COPA DO MUNDO 2014  E OLIMPÍADAS 2016 - 30-09-2012 até 15-12-2012 aberto todos os dias das 06hs da manhã até as 23hs -

Experiência maravilhosa. Comentários: sem acervo, sem dinheiro. Apenas com colaboradores e muito serviço. A administração do parque gostou, porém ele não tem noção do que é UMA EXPOSIÇÃO MUSEOLÓGICA -

Após a primeira leitura de seu livro, tenho ideias de utilizar o banco de dados e começar a fazer o inventário do patrimônio em SANTANA.. Só preciso de coragem. rsrsrsrs

 

Edison Mariotti <edison.mariotti@gmail.com>

 

 

 

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15 décembre 2012 6 15 /12 /décembre /2012 12:22

Mon dernier voyage au Brésil a été l'occasion de constater, une fois de plus, la différence entre nos quartiers populaires européens, faits de HLM à la périphérie des villes, et les excroissances urbaines qui existent pratiquement dans tout le Brésil: favelas ou simples quartiers souvent très dégradés, marginaux, violents.

En Europe, il s'agit de zones urbaines organisées, construites spécialement avec un maximum de moyens, habituellement dans les années 60 et 70 du siècle passé, par des urbanistes et des architectes, pour des populations ouvrières, souvent immigrées. Tout est prévu dès le départ, y compris les services publics, les centres commerciaux, les loisirs, et le modèle social européen (ou français) permet de compenser partiellement les handicaps sociaux. Et  nous pensons et nous disons que ces quartiers sont des "lieux de non-droit", des territoires de la drogue et de la délinquance, les policiers n'osent pas y entrer, etc.

Au Brésil (j'en ai visité à Rio de Janiero, à Brasilia, à Fortaleza, à Porto Alegre, à Belém), c'est totalement différent. On y assiste, dans chaque quartier, à la naissance d'une véritable ville. C'est un peu sans doute la manière dont les villes naissaient en Europe, au Moyen-Âge et jusqu'au milieu du 19° siècle: ni architectes, ni urbanistes, pas de plan directeur urbain, rien n'est organisé. Chaque famille qui s'installe construit son propre domicile, là où elle peut. La ville naît ainsi, spontanément, et la communauté des habitants se constitue dans les conflits et les solidarités. Au départ, il n'y a rien, puis progressivement, tout se crée, y compris les services sociaux, les écoles, les lieux de culte. Des leaders se manifestent spontanément. Souvent des gangs violents prennent des pouvoirs de contrôle et de domination. Des commerces apparaissent pour répondre aux besoins de base, des emplois locaux se créent, des associations répondent à des demandes collectives particulières.

Evidemment, tout n'est pas rose dans ces quartiers. Mais finalement est-ce pire que chez nous ? Et comme on ne peut pas attendre grand chose des pouvoirs publics, c'est de l'initiative invididuelle et collective que vient la solution des problèmes qui se posent aux gens: c'est ce que j'appelle la culture vivante, ou même la culture tout court..

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15 décembre 2012 6 15 /12 /décembre /2012 11:43

J'ai vu et appris tellement de choses pendant ce voyage, qu'il m'a paru utile d'en garder la trace écrite. Je peux évidemment répondre à toute question sur un sujet qui intéresserait un visiteur de ce blog.

Hugues de Varine

 

Départ le 22 novembre de Paris pour un voyage un peu compliqué, destiné surtout à promouvoir l'édition portugaise de mon livre As Raizes do Futuro  (Medianiz, 2012). Ce voyage était organisé, remarquablement, par Claúdia Feijó, coordinatrice du musée communautaire de Lomba do Pinheiro à Porto Alegre (RS), que je remercie pour son sens de la négociation, sa disponibilité et sa gentillesse.

23 novembre – Petrópolis (RJ), journée de clôture du Forum national des musées brésiliens, organisé par l'IBRAM (Institut brésilien des musées). J'y présente des souvenirs et des analyses personnelles sur le thème: « 40 anos depois : as lições de Santiago. Os museus, atores das mudanças sociais » (40 ans après, les leçons de Santiago – les musées acteurs des changements sociaux). Il s'agissait en effet du 40° anniversaire de la table-ronde de l'Unesco tenue à Santiago du Chili en mai 1972. Il est curieux de voir combien cette table-ronde qui, dans les années 70, était passée pratiquement inaperçue, est maintenant célébrée comme un acte fondateur de la nouvelle muséologie.

Débats au sein du Forum sur le programme fédéral de Pontos de Memória, qui soulève à la fois une forte demande de la part des projets locaux et de nombreuses questions de méthode.

Discussion avec des fonctionnaires de l'IBRAM qui montrent de l'intérêt pour des échanges avec l'Europe dans le domaine de la muséologie, mais à condition que ces échanges soient équilibrés. Je pense personnellement que les gens des musées et du patrimoine en Europe ont beaucoup à apprendre des brésiliens, mais ces échanges devraient se faire entre musées et professionnels, plutôt que dans le cadre d'accords diplomatiques qui habituellement impliquent surtout les institutions les plus conformistes et les plus prestigieuses.

24 novembre– de Petrópolis à Rio puis à Salvador (Ba). Accueil par Maria Célia Moura Santos, enseignante et praticienne très expérimentée de la muséologie, fondatrice du musée pédagogique de Itapuã et actuellement responsable du « Système des musées » de l'Etat de Bahia. Je ne reconnais pas la ville, tant elle est devenue une forêt de gratte-ciels installés dans tous les sens. Mais avant l'atterrissage, j'ai observé un extraordinaire paysage de petites urbanisations sur des collines tout autour de la ville.

25 novembre – visite du Terreiro de Portão, sanctuaire de candomblé fondé par la célèbre Mãe Mirinha, qui est actuellement un musée communautaire qui bénéficie d'un « ponto de memória ». Ce terreiro est en réalité un considérable centre social communautaire qui depuis plus de 40 ans dessert les populations environnantes : mémoire, solidarité, santé, éducation, alimentation, sports, loisirs, mais aussi spiritualité afro-brésilienne. Il est inséré dans un vaste réseau d'autres terreiros. Sa responsable est la petite fille de la fondatrice, Maria Lucia, qui a été initiée et désignée pour succéder à celle-ci.

26 novembre – le matin, visite de l'Engenho Freguezia (Museu do Recôncavo, également appelé Museu Wanderley Pinho), une ancienne exploitation de canne à sucre, l'une des rares encore visitables dans l'Etat de Bahia. C'est l'équivalent d'un château européen, du 18° siècle, avec chapelle baroque, étage noble pour la réception et étage bas de services et de bureaux de l'entreprise. En bordure de mer, avec toutes les installations agricoles actuellement en ruines, senzala (logements des esclaves) et autres éléments annexes (casa da farinha). Roda de conversa avec des membres de la communauté, pour discuter l'avenir de ce musée en pleine reconstruction. Il y a bien un sens d'appartenance collective et des demandes de la part des habitants, pas seulement pour les bâtiments, mais aussi pour tout le territoire.

La "roda de conversa" est une méthode typiquement brésilienne de consultation populaire: les gens de la communauté s'assoient sur des chaises le long des murs d'une salle et parlent très librement du sujet qui leur est proposé (mémoire des lieux, projets, etc.). Il n'y a pas d'animation ni de conclusion, mais une grande liberté d'expression.

Le soir, conférence sur « museu e desenvolvimento local » (musée et développement local), toujours dans le cadre du 40° anniversaire de Santiago, dans les jardins du Palacio da Aclamação.

27 novembre – Salvador-Brasília (DF). Visite du Projeto Piloto, la capitale dessinée par Lúcio Costa et construite notamment par Oscar Niemeyer. Il me semble que cet ensemble urbain, très protégé, évolue bien avec le temps. Il y a actuellement plus de 60 musées dans la capitale : chaque ministère et grande institution a le sien. Cela paraît peut-être un peu exagéré : y a-t-il un nombre de visiteurs significatif pour les visiter tous?

Le soir, visite pour une « roda de conversa » au quartier Estrutural, un autre Ponto de Memória, dans un quartier d'auto-construction de la banlieue. Un contraste saisissant. Des populations marginalisées, sans le minimum de services publics sociaux ou de santé, mais une extraordinaire capacité d'initiative et de solidarité. Cet espace communautaire est animé en particulier par Abadia Catadora (les catadores vivent du ramassage et de la vente de cartons, papiers et autres déchets recyclables). Fortes actions pour la promotion des capacités et des compétences des femmes de la communauté. Création d'une maison d'édition populaire qui publie des petits livres écrits par les habitants et les diffuse sous couverture en carton recyclé. Projet de bibliothèque de rue composée de livres récupérés dans les ordures et nettoyés/restaurés avec l'aide de l'Université.

Dans l'après-midi, conférence à l'Université (UniB) sur « a museologia comunitária, avanços e desafios » (la muséologie communautaire, avancées et enjeux). L'équipe d'enseignement de la muséologie (Prof. Silmara Küster) est très impliquée dans la nouvelle muséologie.

28 novembre – Brasília-Goiânia (GO). Accueil par l'Université fédérale de Goias (UFG) et Prof. Manuelina Duarte. Visite du musée universitaire d'anthropologie, rencontre de deux artisanes indiennes qui viennent vendre des bonecas Karajá (poupées en céramique). Il me semble que l'exploitation touristique provoque une inflation de la production plus ou moins stéréotypée de ces statuettes qui ont à l'origine une valeur culturelle et surtout spirituelle pour l'ethnie Karajá. Cela me rappelle l'expérience avec les artisans Ilnu du Québec.

Conférence à l'université sur « museus e futuros possíveis » (musées et avenirs possibles). J'essaie d'imaginer des hypothèses d'évolution des musées en fonction de scénarios politiques globalisés.

29 novembre – Goiânia-Rio de Janeiro, via São Paulo. Dîner avec Maria de Lourdes Parreiras Horta, amie et traductrice de mon livre.

30 novembre – Rio de Janeiro. Conférence à l'Université fédérale de Rio (Unirio) sur « a museologia social na contemporaneidade » (la muséologie sociale aujourd'hui), dans le cadre du 80° anniversaire de l'école de muséologie et dans l'auditorium Paulo Freire. Remise de médailles. Accueil très sympathique du Prof. Ivan Sá, directeur de cette école, qui est une des plus anciennes du Brésil (avec Salvador).

Après-midi, séance de discussion sur le livre à la Livraria Travessia.

1° décembre – Journée de réunion de l'association brésilienne des écomusées et musées communautaires (ABREMC), à Santa Cruz. J'insiste sur la nécessité d'utiliser la conférence générale de l'Icom à Rio en 2013, pour montrer la créativité du Brésil en nouvelle muséologie. Cela pourrait se faire par une journée spéciale, à Santa Cruz, et/ou par un guide de découverte des sites de la muséologie communautaire brésilienne, auprès des principales capitales d'Etats, pour inviter les muséologues du monde entier à aller les visiter sur place, avec un accueil.

La réunion est suivie d'une brève rencontre avec les principaux animateurs de l'écomusée en création à Sepetiba (un quartier de pêcheurs avec une plage en pleine reconstitution suite à une forte pollution industrielle).

2 décembre – Rio de Janeiro-Fortaleza (Ce). Accueil par Nádia Almeida, coordonnatrice de l'Ecomuseu de Maranguape. Le centre-ville de Fortaleza est très "colonial" et protégé. Déjeuner dans un jardin public et entrevue pour la radio. Nuit dans une Fazenda extraordinaire par le cadre, l'architecture et l'aménagement, dont le propriétaire est un « coronel » tout à fait typique.

3 décembre – Maranguape. visite de l'écomusée, réunions de travail sur l'écomuséologie, présentation d'un diaporama sur la muséologie des territoires. Je suis frappé par la manière dont l'écomusée a su mobiliser des jeunes (ados) de l'école locale qui sont des animateurs-médiateurs volontaires de l'écomusée. Apparemment, celui-ci a résolu la très grande difficulté d'attirer des « vrais jeunes ». Mais il est aussi très proche des agriculteurs de l'association rurale qui lui a donné naissance.

Le soir, visite et roda de conversa au Bairro Bom Jardim, encore un Ponto de Memória: une exposition de tout ce qui a du sens pour les habitants du quartier, en particulier les différentes sensibilités religieuses. Le quartier est particulèrement violent, mais la communauté a produit un groupe fort et motivé pour assurer la charge de la mobilisation et de l'animation sociale.

4 décembre – Fortaleza. Cristina Holanda, responsable du Système des musées du Ceará et directrice du Museu do Ceará me reçoit le second jour. Je suis invité pour une réunion de travail dans un musée indigène de la communauté Jenipapo-Kanindé, au sud de Fortaleza. Deux autres communautés sont présentes, avec leurs caciques. Remarquable adaptation de la muséologie communautaire aux cultures particulières de ces populations. Le concept de patrimoine est absolument clair et approprié. L'exposition est très simple, sans scénographie ; appuyée sur le symbolique et le spirituel.

Suite à un message reçu de Guyane française, je suggère une opération de coopération technique entre un projet d'inventaire du patrimoine dans une commune de Guyane et les musées indiens du Ceará.

Le soir, conférence sur « repercussões de Santiago na contemporaneidade brasileira » (répercussions de Santiago dans l'actualité brésilienne)

5 décembre – Fortaleza-São Paulo.  Dîner avec Kátia Neves (Memórial da Resistência) et  Luiz Mizukami (Système des musées de l'Etat de São Paulo.

6 décembre – São Paulo. Discussion avec Cristina Bruno (USP, mestrado de muséologie) sur la préparation de la conférence de l'Icom Rio 2013, pour une meilleure présence des musées communautaires.

Conférence au Secrétariat à la Culture de l'Etat sur « os museus como atores do desenvolvimento » (les musées comme acteurs du développement), avec en première partie un rappel de Santiago et de ses principes et conséquences.

Visite du Museu da Lingua Portuguesa, dans une ancienne gare: un exemple de muséologie presque virtuelle, très orientée vers la diversité culturelle et ethnique du Brésil. Une foule de visiteurs de tous âges, spectaculaire !

Le soir, présentation du livre à la Pinacoteca do Estado et signatures.

7 décembre – São Paulo. Travail avec Elizabeth Torresini, sur nos projets de publications. Puis visite du Museu do Futebol, dans un stade classé MH. Ce musée fait du football le fil rouge pour reconstituer l'histoire du Brésil depuis le début du 20° siècle, et aussi l'histoire du monde. Très original. Des foules de visiteurs. Surtout, le musée est totalement adapté à tous les handicaps physiques et mentaux. Tous les médiateurs sont formés à leur accueil, les présentations sont également adaptées.

8 décembre – São Paulo-Lisbonne-Paris

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